domingo, 27 de novembro de 2011

Participação da Minha Colega de Turma Paula Alexandra Álvaro

Poema de Miguel Torga

"Identidade

Matei a lua e o luar difuso
Quero versos de ferro e cimento.
E em vez de rimas uso
As consonâncias que ha no sofrimento
universal aberto, o meu instinto acode.
A todo o coração que se debate aflito,
é luta como sobe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito
Mas como as inscrições nas penedias
Tém maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção."

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Lágrima no olho

Na tua face tens tatuada uma lágrima,

Uma lágrima chorada numa notícia trágica.

Uma gota libertada por teu olhar,

Sem menção única de se consolar.



A vida a ti que nada têm sido mágica,

Antes pelo contrário têm sido sádica.

Triste riso o teu num constante soluçar,

 Na tua face ainda tão jovem para chorar…



Uma morte numa perda plácida.

Uma tristeza difícil de acalentar.

Um motivo íntimo e particular…



Num luto em pele flácida

Num tão triste e carinhoso olhar

Num tão belo ser como Tu o és exemplar.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Parabens Blog

Comunicado acerca do blog

Está a fazer um ano que criei o meu blog artemrima. Como tal quero agradecer a todos os bloggers e visitantes as suas apreciações, e fazendo votos que vos tenha guarnecido de bom agrado, tudo o que a minha criatividade transpôs em palavras.

Quero aproveitar esta ocasião, para explicar o que levou-me a criá-lo, e também quais os textos que nele os partilhei. A decisão de criar um blog, inicialmente foi inspirada pelo Meu Cunhado Jorge (esposo de minha Mana mais velha), que também tem um (este de letras de musicas) … E depois, o meu avaliador de dois trabalhos que tenho(um de poesias e outro um ensaio), assim me aconselhou a criar um blog, para entrar no mundo da escrita, compartilhando tudo o que escrevo com quem também escrevendo, aprecia o que outros escrevem, assim como eu aprecio o que leio. Os textos que nele publico, os primeiros foram sms enviadas às minhas paixões. Duas relações duas frustrações, enfim, nem tudo na vida são as rosas coloridas e lindas que admiramos e nos aromatizam o ambiente. Mas mesmo assim não posso deixar de mencionar aqui, o meu agradecimento à Patrícia, por todo o seu apoio táctico e emocional (notes se, que falo do teu apoio ao meu hobby da escrita, nada mais). À minha outra paixão, também editei textos, que os enviava em sms. O meu blog começou por ser umas mensagens que eu as enviava via telemóvel. Depois, julguei por bem variar o tipo de mensagens nele contido, e aí criei umas crónicas, um conto, e uns raciocínios que os julgo aptos a dele fazerem parte… Elogiando o comentário da Sra Paula, que acredite terme dado muito ânimo… Agora de resto, a minha COMPLETA E TOTAL insatisfação pela atenção que não julguei por nada ser a que se tem prestado por todos os visitantes, em não colaborarem com suas ideias criticas ou opiniões ao meu trabalho que eu aqui com tanto carinho exponho num modo humilde de divulgar alguns dos meus textos. Todo o artista, independentemente da sua arte, aprecia uma opinião, critica, comentário…Ou até uma simples palavra de agrado(ou desagrado) da sua expressão enquanto artista, pior é a indiferença à arte que este exprime… E salvo seja a Sra. Paula, que eu não conheço, foi a única visitante em mil e tal que eu já tenho ao meu blog, quatrocentos e tal ao meu perfil, que teve a hombridade de ser sincera e transmitir o que é de facto a essência de quem cria um blog. Parabéns artemrima

Parabéns Poesia

Parabéns Prosa

Parabéns crónica

Parabéns Criador do Blog

Parabéns todos os seguidores

Parabéns todos os visitantes…

Para todos nós, um ano mais de muita literatura,

Um ano mais de muita vida com muita saúde e felicidade…

Um ano mais para vivermos o outro ano que virá com mais fortuna

Um ano mais para criarmos



Vosso atentamente



João de Jesus


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Raciocinio lógico na vida masculina

Um Homem só, é uma veste numa vitrine duma loja em 2ª mão. Todas as Mulheres lhe tiram a pinta e a qualidade do tecido. Mas nenhuma o adquire, por não saber quem o deixou assim com aquele tecido tão debutado na tinta.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

QueroTe Abraçar Mundo...QueroTe Abraçar por Tudo

Permitam-me o desabafo

Perdoe-me o silêncio
que eu me calo
à guarda do que sinto e exalto,
a musica que dentro de mim como num sobressalto
cantarola um fado,
musicalizando me a vida com poesia.

Perdoem-Me os demais
que me isolo,
no recôndito espaço
em que me calo;
Nesta musicalidade que só existe
porque a música às vezes,
têm veazes que são vezes...
Tem uma linguagem triste.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Improviso directamente escrito

Adeus que vou partir...
Não tendo sítio para onde ir, vou mesmo ficar por nenhum sítio.
Mas antes de ir, não quero de deixar aqui explicito, que, adeus que vou partir.
Não que me sintas a falta(em nada disso eu acredito).
Não que penses na minha ausência,
como um para onde terei ido(sei bem ser-te indiferente se tenha ou não partido)...
Mas sim, para que saibas que nenhum outro sítio tenho para ir, que aquele para onde, se não tenho ido, para lá caminho...
Adeus que vou partir...
E não sei se me voltarás a ver,
pelo menos deste mesmo jeito em que agora me lastimo.
Nem talvez do mesmo jeito em que agora por ti lacrimo,
nem mesmo em qualquer outro estado ou sentido,
que te descreva enquanto ainda viva vivo,
a vida que te entreguei com a esperança que fosses o meu sítio para onde caminho...
Adeus que vou partir... E despenso a tua despedida.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Outra Crónica: Gema de Ovo

A hora da refeição era sagrada, todos os irmãos sentados à mesa. Do meu lado esquerdo o meu Irmão (o mais velho de todos), à minha direita a minha Irmã mais nova (das irmãs), e à minha frente a minha Irmã mais velha. Minha Mãe com o seu lugar do meu lado (lugar cativo ainda hoje, em qualquer refeição), mas sem o tempo para se sentar, porque todos tinham as suas exigências e pedidos requintados, que demoravam a sua degustação da refeição descansada e em paz, na conformidade da mesa, onde estavam os seus filhos que tanto batalhava para que nada lhes faltasse.
Numa bela noite, já exausta da labuta, e de tanto labirinto financeiro, que na ginástica do vencimento mensal. Alimentar quatro bocas, mais a renda de casa, mais o essencial… Mais tudo e ainda algo mais, que uma MULHER sente na ausência de um exemplar esposo, marido, companheiro, pai de seus filhos, que faz de sua vida a pacata vida de um solteiro sem obrigações… Após todas as exigências e requintes de seus “clientes”, eis que surge a sua explosão, e num exagero de tom de voz, em que se salienta o seu desespero de “O que é que querem que eu faça?”… A minha inocência para os seus problemas só me deu para a confortar com o que eu tanto mais adorava comer… Gema de ovo.

P.S- Relato verídico de um acontecimento. Relato de um agradecimento a minha Mãe, que além de nunca me ter faltado com nada, sempre me deu (com conta peso e medida CLARO) gema de ovo que me sabe pela vida, assim como a sua ainda viva VIDA… Troco a gema de ovo por Si, a gema guardo-lhe o sabor, e dissipasse no paladar. O seu Amor, nem nenhum outro se assemelha a Si.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Acordar de manha e não ter que vestir

Frio intenso tem não esquina
não se finta por esquiva.
Nem se urde com o que se vista
só por ter alguma pinta.

                       Tudo lhe fica bem
                       seja algodão ou caxemira.
                       Qualquer peça o satisfaz,
                       seja sem cor ou colorida.

Frio intenso sai nu à rua,
mas nunca por se vestir.
O frio anda sempre agasalhado,
mesmo quando não têm com que se urdir.

                        Podem ser tantos
                        que não complementem o seu jus,
                        mas outros tantos se consolam
                        com o que reduz.

Frio não tem esquina,
não têm perduro…
É o vento, é a brisa;
É o nevoeiro que o seduz.
É a geada, é a neblina,
é a frente fria,
temperatura negativa
que tanto se lhe conduz…

                        Frio intenso não tem ranhura
                        Não tem fenda,
                        não tem quente enquanto dura
                        em todo o planeta.

    Ao Homem solitário, que todos os dias se deita com o mundo.
 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um conto Ilustrado



Era uma vez, a vez que foi a vez, e essa vez que finalmente era uma vez, ditou assim que foi essa a vez…
À beira de um lago, a um longínquo distante de qualquer lado, um muro de pedras encavalitadas, separava para um nada florescido de verde e castanho dourado, as águas serenas e paradas de uma passividade plácida em que ali se banhava a soledade. A seu tempo o Homem buscando a tranquilidade, procurou por todo o ermo espaço térreo, um local onde se pudesse banhar sem molhar, e assim repousar dos raciocínios que a actualidade o levava a contrariar ao seu bem-estar.
Percorreu montes e vales, planaltos e cumes. Nuns e noutros não se encontrou, em uns e em todos pouco se acomodou. Mas não descansou, enquanto não encontrou, o lugar ideal para se deleitar, de sua existência proletária, num mundo onde cada vez mais a concorrência, é o primeiro motivo de desistência.

Ao ver tanta beleza, na rocha, no verde, na água. O Homem decidiu finalmente que o seu lugar teria de estar perto de toda a natureza, e não excluir qual que fosse a sua forma. E mesmo perto do seu mundo, mas isolado do seu distúrbio. O Homem que procurava um descanso mudo e surdo, por pouco tempo que fosse, encontrou sem murmúrio o canto em que sua existência repousou, enquanto Homem lutador e sonhador, por um mundo que nunca o conquistou.

Na beleza das cores que circundantes, lhe enxugaram de sua vista as lágrimas, de tanta barbaridade assistida na sua lembrança. O homem se encantou no silencio de seu abafo a qualquer forma de existência, e por si só, com toda a sua firmeza, pediu a erguerem um canto abrigado, onde todo o Homem, filho do mundo e da paz, se pudesse recolher… Não por fraqueza, ou simples desistência… Mas sim, porque por vezes tem vezes, que era uma vez… E essa vez é com toda a certeza, não a última, mas simplesmente essa vez, em que ninguém sente a dureza, e se contempla a beleza.    



Dedico há Minha Cunhada, e a todos os (as) Açoreanos (as).
Abraço

domingo, 30 de janeiro de 2011

Uma Cronica

                                                       Scherzinger
                 No início da primeira noite, da terceira semana de Dezembro. Scherzinger foi à beira mar por lá estar de passagem naquela emblemática costa. Mas mesmo só estando de passagem, não deixou de ir cumprimentar suas águas salgadas. Em que nesse verão se tinha banhado e deliciado, sobre um sol acolhedor. Criando à sua pele lisa e magra, uma capa rica de um bronzeado tão singular.
                 A brisa gelada congelava-lhe as cartilagens de suas orelhas, e seu narizinho (já pálido e sem o bronze desse Verão) vermelhinho, indicando a baixa temperatura no seu termómetro corporal. Suavizando com o regalo, da sensação que sentia, e o anestesiava a tal.
                Assim o sentindo, não deixou por nada de se descalçar, e arregaçar as calças até meia canela. E se encaminhar até à beira de água, que tantos horizontes lhe proporcionaram um infinito, agora estrelado.
                As águas sossegadas planavam num sossego horizontal, repousadas já a essa hora para a bonança de uma noite tranquila, assim tanto quanto se esperava.
                Ao se aproximar, banhando seus pés na beira de água, curvasse molhando e chapinhando as mãos no lençol sossegado em que estava deitado o mar. Seu rosto evocava saudade, e com as mãos em concha, levou à sua face da frescura daquele sal, tão saboreado por seus lábios naquele Verão em que por si se apaixonara.
              Qual não foi o seu espanto, quando do sossego em que planava o oceano, sobre o céu estrelado. O mar ondulou em maré, ofegante, ondinha ante ondinha, apressado a vire ao seu encontro, abraçando seus pés. Se num instante tudo era bonança, e nada se ouvia, num de repente, todo agitado, o mar fez de suas ondas seus braços e veio o saudar… Tal era também a sua saudade. 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

P.S: Para a minha Mãe,palavras do outro lado do Oceano

A
 saudade exilou no seu berço, sua pequenez de sentimento que recaía no seu íntimo a mágoa do silêncio de estar calada. Magistrada do conselho da ausência, suas portarias eram em soluços ditadas sobre leis aprovadas por fios de lágrimas. Mas mesmo assim não deixou de todo, um dia encerrar o episódio de estar completamente exausta de cansaço, e evocar todos os sentimentos para uma audiência de ultima hora, e no seu aforro por ordem de chegada, cada um era em presença de todos, apresentado por si, saudade exausta de cansaço.
“Pretendo criar um novo ministério, meus caros cúmplices de sensação.” Disse a saudade exausta de cansaço, e que tremia por todos os lados de uma fraqueza incalculável e inestimável. Denotavas se já bem porém no seu rosto, os rasgos já cicatrizados por rugas reconduzidas na sua face, com momentos e lembranças recordados e tão profundamente tocados no seu íntimo, espelhados em cada termo do poro por onde escoado o sal se entranhou na pele, e anestesiou assim a dor por um momento só.
“Pretendo criar um novo ministério, meus caros cúmplices de sensação.” A saudade que nunca discursara para toda a plateia, fazia agora uma palestra, até para os genes. Séria, curvada sobre o assunto, sua palidez estática mergulhava na rigidez e exactidão do tom com que se insinuava na certeza de tudo o que dizia. Tudo era o mesmo que nada, e a saudade que estava cansada de exaustão, sem gargarejar, sem gaguejar, sem pausar… Mesmo exausta de cansaço… Continuava, no seu discurso, mesmo com os maus-olhados de quem numa errada interpretação de sua intenção, a escoltava num silêncio ensurdecedor de mágica astúcia e pura audácia. A saudade, era magistrada, e suas leis eram citadas por lágrimas, e suas portarias por soluços, num sentimento tão humano e carinhoso, que nenhuma outra igualdade se assemelhava.  Por isso mesmo, se curvara na sua insignificante inexistência, e num tom largo, com toda a admiração da assistência, chamara para o seu lado a ausência… A ausência que já era conhecida por todos até mesmo pela tristeza, como sendo a sempre nunca presente. Murmúrios ensurdeceram a sala de audiências, com todos a opinarem e a interporem sobre tamanha consciência da saudade que reunira todos os sentimentos para decididamente criar um outro ministério… E era logo o da ausência?...
- "A ausência? Sua Eminência!!!"
Dissera a dor que lhe lastimava os olhos por tais palavras dissolventes.
- "Me perdoe tal ousadia, mas ela nunca está presente."
Acrescentara a mágoa, que irmã gémea da dor, só lhe repetia as ideias
de uma outra forma crente.
-"Eu nem a conheço pessoalmente!"
Retorquiu a recordação.
-"Mais acrescento, quem é esta senhora? "
Interrogou em bom tom a emoção.
Toda a sala num murmúrio acabou por ficar em silêncio, quando ao fim de um tempo se prostraram a olhar em frente, e viram a saudade num abraço colectivo a todos os presentes, chorar… A saudade a chorar, mas coisa inédita aos olhos que vêem. E a saudade, de volta ao seu púlpito, com a ausência do seu lado, olhou para todos e disse novamente. Eu, saudade, vou criar um novo ministério, e neste ministério a ausência vai ocupar o meu lugar, pois vou partir em breve, e é ela que ficará encarregue de todos vós meus sentimentos. A ausência nunca estivera perto, pois eu, a saudade, nunca vos deixei por não ter havido necessidade, mas como que o tempo que passa, e as horas mesmo sendo sempre as mesmas, se diferenciam pelo tempo que já passou, e por nada mais o podemos alterar, eu também me vou ter de entregar à mesma rotina, não deixarei de ser a saudade, mas no entanto já não ocuparei o cargo de ser saudade presente. Compreendeis? Todos no vosso colectivo, irão sentir alterações, mas é assim mesmo, e por isso mesmo elegi a ausência para ministrar o meu ministério. E espero que todos compreendam e respeitem suas leis e decretos da mesma forma como me têm respeitado a mim. Sem mais nenhuma palavra proclamada, assinado o protocolo na pasta arquivada, ambas, a saudade e a ausência num abraço fortemente enraizado num sub solo até ao núcleo, se foi dissipando pelas linhas de agua a saudade, assim evaporando até ao mar, que em partículas criou no céu uma nuvem de tal ordem precipitada, que em todo o solo terrestre caiu numa debandada uma saraivada que no local da reunião todos os sentimentos ficaram submersos pelas suas lágrimas. E assim a saudade, se separou um dia de todas as emoções, dando à ausência a faculdade de explicar aos sentimentos o que por si em decretos de lei e portarias registadas por lágrimas e soluços o foi para um distante onde nenhum a pudesse observar… Só sentir.
P.S: Para a minha Mãe, palavras do outro lado do Oceano.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

artemrima: Bacchus mendigo A ti te lacrimo

artemrima: Bacchus mendigo A ti te lacrimo

Raciocínio Matemático

Já é noite e eu durmo acordado,
sabendo que quanto mais eu absorver
mais eu distingo deste meu estado.
A vida é um problema,
que quando equacionado,
não vai dar a nenhum lado,
só ao nosso teorema
que o que fazemos em vida,
reduz-se a um resultado…
P.S- Desculpa, mas tenho de compartilhar contigo este raciocínio matemático.