Eu queria que só num olhar
Tu me fosses buscar
Tanto do que (Te) tenho de falar.
E que nesse olhar
A cada seu piscar
Tu me fosses buscar
Cada um do silêncio,
Que eu sempre sufoquei
Só para não te contar:
Dos pequenos tormentos
Trogloditas pensamentos,
Lascas de idos momentos
Em que com o passar do tempo,
Me vão ficando em rasgos
Num semblante
vazio já por Si só cansado de Se olhar.
Era tudo o que eu queria...
Que Tu me olhasses e só mesmo...
Me olhasses sem perguntar...
Sem perguntar em que estado físico fica o Seu estar.
E cala-te silêncio!
Cala-te sem mencionar,
sem mencionar sequer
o vago inerte que te exalta.
Cala-te!!!
Cala-te e deixa-te ficar.
Deixa-te ficar prostrado na existência do nada
a contemplar o vazio ainda para lá do que não se alcança,
exaltado com a inexistência da Tua nula aparência.
Cala-te e não vejas ao espelho a Tua outra face, fecha os olhos e absorve toda a tranquilidade da satisfação que ao inalar o ar te traz como presença a única real existência.
A vida com Sua beleza a pairar lado a lado com Tua consciência...
Eu só queria que tu fosses o silêncio
para ser eu a Tua viagem.
E nela embarcar sem olhar à margem de onde a nossa barca acabara de zarpar.
Faço minhas,as palavras que não dizes...E...Aqui podes vir consultar teus sentimentos,pois aqui eles estão como que ao relento,numa corrente de ar que docemente os acalenta,num aposento que só tu lá entraS com o teu pensamento.Sou eu decerto que os descrevo,mas és tu com toda a certeza que os sentes.Pois os sentimentos não são únicos e independentes,são de todos nós,enquanto ainda nos acreditamos ser humanamente gente. E nada disto te é dito com tristeza!!!... Arte em Rima...