Era uma vez, a vez que foi a vez, e essa vez que finalmente era uma vez, ditou assim que foi essa a vez…
À beira de um lago, a um longínquo distante de qualquer lado, um muro de pedras encavalitadas, separava para um nada florescido de verde e castanho dourado, as águas serenas e paradas de uma passividade plácida em que ali se banhava a soledade. A seu tempo o Homem buscando a tranquilidade, procurou por todo o ermo espaço térreo, um local onde se pudesse banhar sem molhar, e assim repousar dos raciocínios que a actualidade o levava a contrariar ao seu bem-estar.Percorreu montes e vales, planaltos e cumes. Nuns e noutros não se encontrou, em uns e em todos pouco se acomodou. Mas não descansou, enquanto não encontrou, o lugar ideal para se deleitar, de sua existência proletária, num mundo onde cada vez mais a concorrência, é o primeiro motivo de desistência.
Ao ver tanta beleza, na rocha, no verde, na água. O Homem decidiu finalmente que o seu lugar teria de estar perto de toda a natureza, e não excluir qual que fosse a sua forma. E mesmo perto do seu mundo, mas isolado do seu distúrbio. O Homem que procurava um descanso mudo e surdo, por pouco tempo que fosse, encontrou sem murmúrio o canto em que sua existência repousou, enquanto Homem lutador e sonhador, por um mundo que nunca o conquistou.
Na beleza das cores que circundantes, lhe enxugaram de sua vista as lágrimas, de tanta barbaridade assistida na sua lembrança. O homem se encantou no silencio de seu abafo a qualquer forma de existência, e por si só, com toda a sua firmeza, pediu a erguerem um canto abrigado, onde todo o Homem, filho do mundo e da paz, se pudesse recolher… Não por fraqueza, ou simples desistência… Mas sim, porque por vezes tem vezes, que era uma vez… E essa vez é com toda a certeza, não a última, mas simplesmente essa vez, em que ninguém sente a dureza, e se contempla a beleza.
Dedico há Minha Cunhada, e a todos os (as) Açoreanos (as).
Abraço
Belas imagens e considerações textuais por aqui.
ResponderEliminarFraterno abraço!