domingo, 5 de julho de 2020

Depressão

Ao escuro juntasse a masmorra,
local ermida ao longo do ponto,
a braços com a ausência da sombra.
Vêm ao de leve através do imaginário,
finas fibras roçar os pêlos faciais,
deixando entranhada nas narinas
um perfume que nunca esquecerão jamais.
Exaltasse o raciocínio e a ansiedade de prisão à liberdade:
serão espasmos serão mágoas,
serão a vida estagnada 
com a ainda força de se movimentar...
Serão reflexos serão instintos,
serão ânsias
com a ainda fogaz vontade de se exaltar.
Serão medos serão sentidos,
serão esta a prisão enquanto se vive ainda em êxtase.

sábado, 13 de junho de 2020

In propri modi

Com tanta beleza em sub solo,
o que te resta a olhar o infinito?
Na imensidão do que observas,
um pouco de Ti
se esvai em penumbra por arresto.
E tudo é tão minúsculo a esta distância, tudo é tão ínfimo,
tanto é o tão pouco que te resta
e
tu nem dás por isso.
Com tanta beleza ao teu redor,
porque só na sua frieza (tanto) congelas
e parelisas?
Porque só os recantos obscuros e medonhos te recaem ao entendimento
e dão um ofuscar do que sentes?...
Com tanta beleza ao teu redor
porque
só o feio te realça ao que entendes?

quarta-feira, 13 de março de 2019

Espelho

Eu queria que só num olhar
Tu me fosses buscar
Tanto do que (Te) tenho de falar.
E que nesse olhar
A cada seu piscar
Tu me fosses buscar
Cada um do silêncio,
Que eu sempre sufoquei
Só para não te contar:
Dos pequenos tormentos
Trogloditas pensamentos,
Lascas de idos momentos
Em que com o passar do tempo,
Me vão ficando em rasgos
Num semblante
vazio já por Si só cansado de Se olhar.
Era tudo o que eu queria...
Que Tu me olhasses e só mesmo...
Me olhasses sem perguntar...
Sem perguntar em que estado físico fica o Seu estar.

E cala-te silêncio!
Cala-te sem mencionar,
sem mencionar sequer
o vago inerte que te exalta.
Cala-te!!!
Cala-te e deixa-te ficar.
Deixa-te ficar prostrado na existência do nada
a contemplar o vazio ainda para lá do que não se alcança,
exaltado com a inexistência da Tua nula aparência.
Cala-te e não vejas ao espelho a Tua outra face, fecha os olhos e absorve toda a tranquilidade da satisfação que ao inalar o ar te traz como presença a única real existência.
A vida com Sua beleza a pairar lado a lado com Tua consciência...
Eu só queria que tu fosses o silêncio
para ser eu a Tua viagem.
E nela embarcar sem olhar à margem de onde a nossa barca acabara de zarpar.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Marcos da Vida

Não me digas que vou morrer!
Não porque não seja minha intenção
ou nem mesmo porque me apeteça,
mas só te peço que não me lembres
que um dia por todo te deixarei de ver...
Não, não me lembres...
Longínquo que venha
esse momento!!!...
Tardio, distante... Atrasado mesmo!!!
Muito fora de horas!
Para eu num último momento,
no meu último suspiro,
só te sussurrar ao ouvido o perdão (em lágrimas) de tudo aquilo que não fizemos,
por angústia do meu viver.
E assim te demonstrar todo o meu arrependimento, por não ter a consciência que tu me amavas e só a mim me lembravas da morte, numa tentativa fogaz de eu não deixar de viver a vida antes de a perder.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Supra Sensação de Saudade

Sentir falta de tocar
na beleza extrema,
saudades de premanecer
envolto(a) de uma atmosfera
límpida de calma...
A sensação de harmonia
calculada em paz interina...
...!!!...
!!!:::SER INOCENTE NOVAMENTE:::!!!

quinta-feira, 10 de março de 2016


Eucalipto… E;
                         Ao invés de um verso, paralelo ao caminho da estrada velha, num monte de realeza ao desfile dos mais destemidos, lá está o Eucalipto. Ainda persiste e sobrevive, apesar da água do Rio só abundar nas saraivadas dos invernos, já não tão rigorosos e duradouros como em tempos idos. Mas mesmo assim, ali erguido se estende do Seu tronco até ao limite que se espelha no céu e reflecte nas hortas verdejantes coloridas com o castanho do caminho ainda de pó de uma estrada arrozada por muros festivos, mais ainda à quinta que seja o dia que se concretiza. Se concretiza a tarde livre de um Cavaleiro Herói na Sua Majestosa história de dever cumprido e afecto sentido por uma fraqueza que a Mãe Natureza adoptou a um menino do Seu reino que por todas as Suas forças o mantinha protegido.
Ao re                                      
                          Ao resvés de uma rima, erudito no ramo da Medicina. Em cavalgadas apressadas contra o destino, se esboça em esforço e relatividade à gravidade do Seu tronco erguendo-se a uma altura só ao alcance do céu e às ramagens mais ao topo, vai buscar o oxigénio que só da Sua grandeza se alcança para tão grande acto de Irmandade. Correndo de regresso ao ápice de um instante, não vá o oxigénio que se seque e se esgueire numa textura quebradiça tonificando-se pela côr da estrada que o leva ao Seu Palácio. Onde em leito de Maternidade se encontra o menino, não deitado em berço que respira, mas sim sentado por sua ausência. Aguardando com fraqueza tal verdejante bênção Divina pela mão e braços de Seu Herói, ramagens inteiras predilectas de verdejantes páginas de Eucalipto. Prontas a fundir num oceano vulcânico de vapor e oxigénio libertador dos pequenos brônquios do menino de quem o Seu Herói se prostra em sua fronte e se ri, se ri das caretas húmidas que por debaixo da toalha se espelha numa felicidade de vida e sem FIM…
Ainda também para o Eucalipto.


Ao meu Irmão.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Adeus Que Me Vou Embora

Longe vai o Oceano
para lá de toda a Sua imensidão.
Terra Natal que me deste à luz
No ventre de uma Mulher sem Igual.

Terra berço do meu Lar,
Portugal da minha nação
Natural do Continente e ilhas sem Par
Trago-te sempre no coração.

Longe vai todo o alcance da vista
para lá de ficar sem memória
lugar que guardo saudade acrescida
terra nossa que é a minha história.

P.S- Sem qualquer intenção de ilustrar... apenas com a intenção de o transmitir... texto exposto repentinamente sem pensar na beleza... só na descrição.