segunda-feira, 30 de abril de 2012

O Perdão em 280 Palavras


Hoje gostaria de escrever algo, qualquer coisa que me aliviasse a alma. Gostaria que o peso que tem, não fosse mais que uma enxaqueca, um insignificante mau estar. Mas tu vieste ao meu encontro Scherzinger, e eu fiquei sem jeito para raciocinar, pensar, compilar, idealizar nexo algum em contexto de transmitir o estado em que está a minha alma neste momento. Sabes, tu és uma ferida que não tem forma de sarar, e mesmo que ninguém a veja, ela está ainda por se curar. Sinto os dentes a ranger quando me distraio, meu corpo não tem posição de se deitar, quando caio no meu leito, nem mesmo o quer, ou nem sabe o que fazer, está irrequieto, contigo no seu pensar. Já liguei para todos os que me amam, minha Mãe e meu Pai, minhas Manas também lhes fui perguntar, se estava tudo bem. Na chamada telefónica perguntei, pelo Lancelot à minha Mãe, pelo nosso cão de guarda. Está idoso, e já quase não ouve, talvez um dia me venha guardar em sonhos, nos sonhos que eu o guardo na memória. Hoje gostaria de escrever algo, mas nada me ocorre por outrora, nada me aborda em forma de história, o que me dá uma tremenda tristeza, pois eu gostava que ao escrever aliviasse a mágoa, ao escrever gostava que animasse e não me fizesse sofrer mais, pelo sofrimento que causado um dia a ti te fizeram sofrer as minhas palavras. Triste vazio que possuo ao descoberto, e que de todos o encubro, para que não seja visível a meu peito aberto… Hoje gostaria de escrever algo… E em tudo me pareço analfabeto.

Perdoa-me o desabafo Sherzinger, mas só Tu me foste saudável

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Deixa Viver

Pára para deixar viver,
dá um sopro sem conter.
Contenta a liberdade de ser,
disfruta da vida e seu prazer.

Sai de Ti e acredita em Mim
que nem tudo é o mal que se dita no fim.
É certo que a vida não facilita, enfim,
vendo pelo mal que esta cita em Latim...

Com fogazes vontades de querer
horrendos conteúdos de parecer
que levam a desejar morrer.

Por isso peço-te assim
que urdas a vida de cetim
 e com aroma a alecrim.

segunda-feira, 2 de abril de 2012


Uma Palavra Amiga



Palavreado era um espinho no tronco de uma Rosa de seu nome Palavra. A Palavra rebuscava nos transeuntes a sua ansiedade de ser tocada, e de expelir todo o seu perfume a seu olfato, num contexto puro de em amizade transmitir algo de benéfico à sua tranquilidade. Palavreado por sua vez afugentava-los, pois a seu entender, só a si, lhe cabia o privilégio de tal delicadeza, tal beleza de seu nome, a só a si lhe pertencer. Endurecendo seus espinhos, aquando os dedos sensíveis dos transeuntes se aproximavam das lindas rubras pétalas de Palavra, que lhes comunicava com tamanha amizade, a sua suavidade embelezada com seu cheiro, sim, ali ficavam estancados como que a contemplar uma palavra amiga da mais pura amizade. E como o Palavreado era agressivo e de mau feitio, pouco tempo ali ficavam e a Palavra, com tamanha amizade a transmitir sentia-se tão triste e desolada, que aos poucos foi rejeitando os sais minerais que vinham da raiz, sua hospitaleira fornecedora de alimentos, e rejeitando o dióxido de carbono que a fotossíntese lhe oferecia para respirar. E assim, suas pétalas foram murchando, caindo uma a uma no solo, servindo de fertilizante às suas vizinhas rosas, que apesar de terem também um espinho, não tinham um chamado Palavreado, que lhes afugentasse os transeuntes. Oferecendo assim sua própria beleza às outras tantas belezas, que neste jardim que é o planeta, existem tantas ainda que não se deslumbraram em palavras Amigas.