domingo, 5 de julho de 2020

Depressão

Ao escuro juntasse a masmorra,
local ermida ao longo do ponto,
a braços com a ausência da sombra.
Vêm ao de leve através do imaginário,
finas fibras roçar os pêlos faciais,
deixando entranhada nas narinas
um perfume que nunca esquecerão jamais.
Exaltasse o raciocínio e a ansiedade de prisão à liberdade:
serão espasmos serão mágoas,
serão a vida estagnada 
com a ainda força de se movimentar...
Serão reflexos serão instintos,
serão ânsias
com a ainda fogaz vontade de se exaltar.
Serão medos serão sentidos,
serão esta a prisão enquanto se vive ainda em êxtase.

sábado, 13 de junho de 2020

In propri modi

Com tanta beleza em sub solo,
o que te resta a olhar o infinito?
Na imensidão do que observas,
um pouco de Ti
se esvai em penumbra por arresto.
E tudo é tão minúsculo a esta distância, tudo é tão ínfimo,
tanto é o tão pouco que te resta
e
tu nem dás por isso.
Com tanta beleza ao teu redor,
porque só na sua frieza (tanto) congelas
e parelisas?
Porque só os recantos obscuros e medonhos te recaem ao entendimento
e dão um ofuscar do que sentes?...
Com tanta beleza ao teu redor
porque
só o feio te realça ao que entendes?